segunda-feira, 6 de julho de 2009

"A Masmorra"


Estava na masmorra,empoleirado em uma viga no teto.

Acompanhava a performance de um mestre,que castigava uma escrava mal educada.

Ele a havia colocado em uma roda,amarrada em "X",na vertical.Essa roda tinha metade do seu tamanho submersa em um grande tanque d'agua,sendo que,quando colocada em movimento,fazia com que metade do corpo da escrava,ficasse sob a água.

Era um giro lento,por isso,a pobre criatura tinha que prender seu ar por quase um minuto e meio.

Merecido o castigo,pois,como disse,ela era uma escrava muito mal educada.

Nesse momento,ouvi o som da porta da masmorra se abrindo,era um rangido forte.

Quem estaria entrando na masmorra a uma hora daquelas?

Movimentei-me sobre as pontas dos pés,para ficar de frente para a entrada.Para minha surpresa,quem descia pelo corredor escuro era nada mais nada menos,que uma de minhas peças.

O que fazia ela aqui?Não era mais uma escrava,eu a havia libertado de seu dono!?

Ela entrou,com olhar assustado,olhando para os lados,andando com insegurança.

O que fazia aqui??

Eu a acompanhei com o olhar,ate que,de repente,surgiram dois vassalos de seu antigo dono.

Eles a dominaram com violencia,á amarrando com uma grossa corda de fibra vegetal.

Nós duros e firmes prenderam seu corpo,sendo que,a propria suja e umida corda lhe serviu de mordaça.

Eles a arrastaram ate uma cela,abriram a porta,e a atiraram la dentro,como se fosse um saco de lixo!

Pobre criatura!Mas,o que ela fazia aqui?

Bem,se ela agora era livre,e,resolvera voltar á masmorra,nada tinha eu que pudesse fazer!

Virei-me novamente sobre os pés,e voltei a acompanhar a performance do mestre.

Ela ficaria ali dentro por mais de uma hora.Eu sabia muito bem como eram aquelas celas!

Escuras,umidas,impregnadas com odor de urina e fezes!

Seus asquerosos habitantes,percorriam o fétido chão de concreto,subindo no corpo da pobre coitada,alguns,com muitas pernas,outros,frios e gosmentos,rastejavam sobre ela.

Sim!Ela havia voltado ao inferno!Mas,por que??

Ouvi passos,vindos do corredor da ala oeste.

Virei-me novamente sobre a viga,apoiando-me na parede.

Era um lorde que se aproximava,e eu o conhecia.

Como todos os lordes,dons e mestres,ele tambem nutria odio por mim,justamente pelo fato de eu ter tomado aquela sua escrava!

Era um lorde cruel.Alto,careca,tinha um olho de vidro que nunca se fechava,e uma grande cicatriz que descia do canto esquerdo da boca ate o queixo.

Usava um avental preto de borracha,respingado com sangue,e,luvas com cano alto que chegavam ate os seus cotuvelos.

Ele abriu a porta da cela,deixando que a luz do corredor entrasse,colocou-se em frente a porta com as mãos na cintura,e disse;

-Vagabunda!Cadela maldita!Voltas-te então!

A pobre coitada chorava,gemia,mas,mal conseguia se mover,devido as amarras duras.

-Vinde cadela!!Tenho algo preparado para voce!!

Ele entrou na cela,agarrou-a pelos cabelos,e saiu arrastando seu corpo pelo corredor.

A dor dos fios de cabelo sendo arrancados do couro cabeludo,misturou-se a dor de seu corpo sendo esfolado pelo atrito com o chão áspero!

Corri abaixado por uma viga,passando á frente do lorde,e coloqueime em uma posição proxima ao seu nicho!

Pude ve-lo se aproximando,passaram sob mim,eu olhei para o rosto dela,e,por um instante,nossos olhares se cruzaram!

Os olhos dela imploraram ajuda quando ela me viu!

Mas,o que podia fazer?Não podia interferir na performance de um lorde!

Ele largou-a no chão do nicho,foi a sua bancada,pegou um tezourão,começou a cortar suas roupas,sem nenhum cuidado!As laminas da tezoura feriam sua delicada pele!

Pele essa que eu um dia acariciei!

-Vais aprender a nunca mais fugir de teu dono,maldita!!

Havia no nicho desse lorde,um cadeirão de ferro,com apoios para os braços,encosto alto com correia para a cabeça,e revestido com rebites salientes,tanto no encosto como no assento.

Ele a agarrou pelos braços,levantando-a no ar,apertando com força as laterais dos seus seios com os polegares!

-Vais aprender!!

Ele a atirou com violencia sobre o cadeirão!Braços,costas e nuca bateram com força contra o ferro frio ,provocando ainda mais dor!!

Ele a ajeitou na cadeira,prendeu suas pernas afastadas,apertando com força as correias!

Prendeu seus braços nos apoios,e,usando-se de cintas de aço,finissímas como lâminas afiadas,prendeu seu tronco á cadeira.

Estas cintas eram tão finas,e estavam tão apertadas,que,com o simples movimento de sua respiração,pequenos filetes de sangue começavam a escorrer de sua pele.

Ela respirava rapido,ofegante,sofrida!!

Lágimas desciam pela sua face!!

Que podia eu fazer?Ela assim o quis??

O lorde pegou em sua bancada duas presilhas de torção,colocou uma em cada seio,prendedo suas garras de metal na carne da pobre,e suas tenazes em seus mamilos.

Ele começou a girar as borboletas,torcendo os mamilos!!

Mamilos esses que um dia beijei,com carinho...

Seios esses que um dia acariciei...

Mas...que podia fazer??

Em seu desespero ela olhou para cima,e me viu sobre a viga no teto!

Ela chorava,implorava com o olhar,gemia atraves da mordaça de corda...

-Choras agora vagabunda,mal agradecida!!Não te preocupes,tenho mais para ti!!

O lorde a esbofeteou no rosto,varias vezes.

Rosto esse que um dia afaguei e beijei...

Quanto mais ela se mexia na cadeira,mais as cintas de aço cortavam sua pele.

-Agora- disse o lorde - teu presente de honra!

Ele trouxe do canto do nicho uma maquina que muitos chamavam de "canhão".Isso por que,realmente o seu formato lembrava um daqueles velhos canhões.

Na verdade,era um mecanismo de tempo com rodas,um pequeno tanque com cera liquida,e um cilindro de aço inox com a espessura de um pênis,que borrifava cera quente,apos ligada a maquina.

Ele colocou a maquina de frente para a cadeira e a ligou.Assim que a cera se aqueceu,ao ponto de ficar fervente,a maquina começou a se mover.

Para cada borrifo de cera quente,um som de catracas fazia a maquina se mover alguns centimetros para frente,e,claro,o cilidro estava apontado para a vagina da pobre coitada!

Ela chorava,chorava copiosamente,não parava de olhar para mim,implorando.

O lorde colocou-se ao lado da bancada,de braços cruzados,assistindo á maquina que se aproximava cada vez mais!!

Em certo momento,respingos de cera queimaram suas pernas,ela hurrou de dor!!

A maquina estava perto!!

Ela olhou para mim mais uma vez,desesperada,implorando!!

Uma lágrima correu do canto de meu olho!

Saltei da viga,me aproximei do lorde por suas costas.

-Soltai-a!- ordenei -

Os lordes são altivos,orgulhosos,eles jamais olham para alguem para falar.

Do jeito que estava ele respondeu;

-Quem se atreve a dar uma ordem para um lorde?

Ele esticou o braço,pegou um gancho de açougue sobre a bancada.

-Escreverei teu nome com reu sangue em tua lápide!!

Ele se virou,erguendo o braço com o gancho,mas,quando viu que de quem se tratava,parou de súbto.

-Tu?- por eu ser um Dom maldito,todos foram orientados a não me olharem nos lhos,e,foi justamente isso que o lorde fez,desviou o seu olhar do meu rapidamente!

-Que queres aqui Kabalta?Não tens o direito de interferir !!

-Soltai-a,eu disse!

-Ela é minha escrava!!Não tendes o direito!!

A maquina se aproximava,borrifando cera nas pernas dela!!

-Ela não é mais tua escrava meu lorde,eu a libertei,lembra?

-Mas ela aqui voltou!Tenho o direito de retomala!!

A maquina avança mais um pouco!!

-Solta-a,e deixarei tua alma em paz!!

Mesmo contrariado,o lorde jogou o gancho no chão,deu um violento pontapé na maquina,derrubando-a,e se dirigiu para a saida do nicho vossiferando;

-Prestarei queixa de ti aos mestres superiores!!

-Fazei o que bem entender,meu lorde...

Fui ate o cadeirão,soltei as cintas de aço ,e as cintas que prendiam braços e pés.

Tirei a mordaça de corda,passei a mão sobre o seu rosto,fazendo-a perder os sentidos.

Um pouco de magia negra fez com que os ferimentos cicatrizasem.

A mesma magia nos fez aparecer em seu quarto,onde,eu a coloquei deitada em sua cama,cobrindo-a.

Fiquei ali,contemplandoa por algum tempo.

Não podia mais toca-la,uma vez que resolvera voltar á masmorra.

Ela abrio os olhos,esticou o braço tentando me tocar.Eu me afastei de costas,em direção ao canto escuro do quarto,e desapareci.

Ela ficou ali,com o braço esticado,e lágrimas nos olhos...

Só me restava torcer,para que ela não voltasse mais á masmorra,talves eu não estivesse la para salvala novamente...

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